Por que engasgamos?
Reação é sinal de que alimento
pegou o caminho errado rumo ao sistema digestório...
Você está todo satisfeito comendo
um saco de pipoca e, de repente... engasga! Cof! Cof! Cof! Sua tosse faz
aparecer gente de todo o lado. Um dá tapas nas suas costas. Outro pede para
você beber água. E, claro, que não poderia faltar alguém pedindo ajuda aos
céus: "São Brás! São Brás! No saco tem mais!". O fato é que em
determinado momento você desengasga e volta a comer a pipoca como se nada tivesse
acontecido. Mas o que realmente acontece quando nos engasgamos?
O engasgo com qualquer comida ou
bebida é um reflexo de que o alimento pegou o caminho errado rumo ao sistema
digestório. Tudo começa com uma falha na laringe, órgão localizado na garganta,
responsável pela produção de som para a fala e também pela passagem do ar. Ela
é formada por estruturas cartilaginosas -- isto é, feitas de tecido resistente
e flexível --, entre as quais está a epiglote -- que pode ser comparada a uma
tampinha (veja o desenho). A epiglote abre e fecha, independentemente da nossa
vontade, inúmeras vezes ao longo do dia, regulando a passagem do ar e dos
alimentos.
Quando inspiramos e expiramos,
seja pelo nariz ou pela boca, a epiglote está aberta e o ar passa pela laringe
rumo aos pulmões. Quando ingerimos qualquer alimento, seja sólido ou líquido,
ela precisa estar fechada, interrompendo a passagem para a laringe. Assim, o
alimento segue pelo esôfago até alcançar o estômago, onde ocorre a maior parte
do processo de digestão.
De vez em quando, a epiglote
falha em seu fechamento. Aí, o alimento que deveria seguir pelo esôfago pega o
caminho errado: é desviado para a laringe! Como este órgão é preparado para
receber apenas ar, ele sofre uma irritação (o engasgo!). Detectando que não é o
ar que está ali, as terminações nervosas da laringe reagem provocando a tosse
para expelir o material que pegou o caminho do aparelho respiratório. A
expulsão ocorre pelos orifícios de entrada do ar, tanto pela boca quanto pelo
nariz, e o engasgo passa. Ufa!
Ciência Hoje das Crianças 124, maio 2002
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