Por que soltamos pum?
Gases acumulados no tubo
digestivo podem causar um malcheiroso vexame!
Quando o cheiro empesteia o ar,
todo mundo reconhece na hora! E antes que o odor desapareça, alguém faz a
clássica pergunta: quem soltou pum? É fácil descobrir o culpado quando o pum é
barulhento. Mas quando ele é discreto e apenas o cheiro denuncia, a busca
torna-se mais difícil! Afinal, todos os suspeitos capricham na cara de
não-fui-eu-não. De qualquer forma, ninguém pode negar: não existe vexame maior
do que ser identificado como o dono do pum fedorento!
O pum nada mais é do que a saída
de gases produzidos e acumulados no tubo digestivo, processo chamado
flatulência. Durante a digestão, o alimento passa pela boca, faringe, esôfago,
estômago e intestino. Ele é quebrado em unidades menores para ser absorvido
pelo organismo. Os restos dos alimentos são atacados por bactérias no intestino
grosso. A ação desses microorganismos forma gases como o metano, o gás
carbônico e o hidrogênio que se acumulam, principalmente, na parte final do
intestino grosso. Também gera compostos como o sulfeto de hidrogênio,
mercaptanos e indol. Os gases e os compostos são os responsáveis pelo mau
cheiro do pum!
Há alimentos que produzem mais
gases do que outros. Então, fique de olho no cardápio! Repolho, couve-flor,
cebola e feijão produzem resíduos que não são digeridos pelo nosso organismo e
mais gases do que outros alimentos. O feijão, por exemplo, tem um carboidrato
que não é transformado pela digestão. Ao ser atacado por bactérias, esse
resíduo produzirá mais gases do que outros alimentos com pouco ou nenhum
carboidrato desse tipo.
Os gases e as fezes são resíduos
da digestão e ficam armazenados na parte final do intestino, que funciona como
um reservatório e é chamada ampola retal. A saída dos resíduos é controlada
pelo ânus ou esfíncter anal, um anel muscular que se encontra na porção final
do intestino e possui duas partes. Uma funciona de forma involuntária, ou seja,
abre independentemente da nossa vontade. A outra, podemos controlar.
Quando a ampola retal está muito
cheia, o cérebro é avisado e ordena que o esfíncter se abra. Seja sincero:
quando a vontade de fazer cocô ou soltar pum é enorme, o que você faz? Aposto
que tenta prender! Pois você está contraindo a parte do esfíncter sobre a qual
tem domínio.
Às vezes, a artimanha não tem
resultado. Se estivermos sozinhos, não há problema. Mas, se houver alguém por
perto... Melhor torcer para não ter exagerado na cebola ou na couve-flor no
almoço e para o pum ser silencioso! Sei que nessa hora é difícil pensar em
algo, mas saiba que o som do pum é produzido porque os gases saem
semi-apertados pela contração parcial do esfíncter. Ah! Uma dica final: se foi
você quem soltou o pum, não titubeie em mostrar a mão. Ela não fica amarela!
Ciência Hoje das Crianças 119, novembro 2001
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